Você está em: Home > Blog > Gestão contábil no varejo: pontos críticos que não podem ser ignorados
Gestão contábil no varejo: pontos críticos que não podem ser ignorados
Publicado em: 01 de setembro de 2025
A contabilidade no varejo é um dos maiores diferenciais competitivos de empresas que desejam crescer com saúde financeira. Como esse setor lida com margens apertadas, alta rotatividade de estoque, variação de preços e intensa carga tributária, torna-se essencial ir além do simples registro de receitas e despesas. É preciso interpretar dados, cruzar informações e aplicar estratégias práticas de gestão.
A seguir, analisamos pontos críticos que não podem ser negligenciados, trazendo exemplos reais do dia a dia varejista para facilitar a aplicação.
1. Fluxo de caixa: o coração da operação
O fluxo de caixa no varejo não pode ser tratado apenas como uma planilha de entradas e saídas.
- Problema comum: um supermercado de bairro vende grande parte de suas mercadorias no cartão de crédito, mas esquece de projetar o prazo de recebimento. Como consequência, mesmo com faturamento alto, falta capital para pagar fornecedores.
- Boa prática: implantar relatórios diários que separem receitas imediatas (dinheiro e Pix) de receitas a prazo (cartão, crediário). Dessa forma, o empresário consegue planejar pagamentos sem recorrer a empréstimos de última hora.
Exemplo prático: uma loja de roupas pode criar um cronograma em que os pagamentos de fornecedores coincidam com os recebimentos de cartões. Assim, evita-se o descasamento de fluxo.
2. Gestão de estoques: dinheiro parado na prateleira
No varejo, o estoque é ao mesmo tempo ativo e risco.
- Problema comum: uma farmácia compra grande volume de um medicamento em promoção. No entanto, como a demanda não acompanha, parte do estoque vence, gerando prejuízo.
- Boa prática: controlar o giro de estoque (quantas vezes o produto é vendido em determinado período) e cruzar essa informação com relatórios contábeis de margem de contribuição.
Exemplo prático: um varejista de eletrônicos pode vender TVs de baixa saída em combo com itens de alto giro (como cabos ou acessórios). Assim, acelera o escoamento e reduz perdas.
3. Regime tributário: a diferença entre lucro e prejuízo
O sistema tributário brasileiro é complexo e, por isso, pode comprometer a rentabilidade.
- Problema comum: um minimercado permanece no Simples Nacional sem perceber que o faturamento e a margem de lucro já justificariam uma migração para Lucro Presumido, que resultaria em economia tributária.
- Boa prática: simular anualmente diferentes regimes tributários considerando o histórico de vendas e despesas.
Exemplo prático: um restaurante que fatura R$ 4 milhões ao ano pode pagar menos impostos no Lucro Real, desde que seus custos e créditos fiscais sejam bem aproveitados.
4. Precificação e margem de lucro: além do “achar o preço”
A concorrência acirrada leva muitos varejistas a precificar apenas “olhando o mercado”, sem levar em conta os custos totais.
- Problema comum: uma loja de conveniência vende refrigerante por R$ 5,00 porque a concorrência pratica esse preço. Entretanto, ao incluir custos indiretos (energia, aluguel, encargos), a margem líquida torna-se negativa.
- Boa prática: precificar com base em custo + margem desejada + tributos, ajustando conforme o perfil do público e estratégia de posicionamento.
Exemplo prático: um e-commerce de calçados pode aplicar margem maior em produtos exclusivos e margem menor nos itens de entrada. Desse modo, equilibra a lucratividade.
5. Conformidade fiscal e trabalhista: o risco invisível
O varejo lida com alto volume de notas fiscais e grande número de colaboradores. Portanto, pequenas falhas podem gerar grandes multas.
- Problema comum: uma rede de lojas não entrega corretamente o e-Social, acumulando passivos trabalhistas que só aparecem em fiscalização.
- Boa prática: integrar sistemas de emissão fiscal e folha de pagamento, com conferência contábil periódica.
Exemplo prático: um mercado que automatiza sua folha de pagamento reduz erros de cálculo de férias. Consequentemente, evita ações trabalhistas.
6. Indicadores de desempenho: números que guiam decisões
Muitos empresários olham apenas para o faturamento e esquecem de analisar indicadores-chave.
- Problema comum: uma loja de móveis comemora aumento de vendas. Contudo, não percebe que o ticket médio caiu e a rentabilidade está em queda.
- Boa prática: acompanhar indicadores como:
- Giro de estoque – rapidez de venda de produtos.
- Ticket médio – valor médio por cliente.
- EBITDA – resultado operacional real.
- Ponto de equilíbrio – faturamento mínimo para não operar no prejuízo.
Exemplo prático: ao identificar queda no ticket médio, um varejista pode criar campanhas de venda casada (ex.: celular + capa + fone). Assim, recupera a rentabilidade.
Conclusão
A contabilidade no varejo não é apenas uma obrigação burocrática — ela é estratégica. Quando bem aplicada, evita desperdícios, reduz a carga tributária, orienta preços e protege contra riscos fiscais e trabalhistas.
👉 Resumo da análise:
- Em primeiro lugar, o controle de fluxo de caixa garante liquidez.
- Além disso, estoque mal gerido é capital morto.
- Por outro lado, tributação certa define o lucro.
- Portanto, precificação correta protege margens.
- Da mesma forma, conformidade fiscal/trabalhista evita multas.
- Finalmente, indicadores financeiros guiam estratégias de crescimento.
O empresário que transforma sua gestão contábil em ferramenta de decisão deixa de apagar incêndios e passa a construir resultados sustentáveis..
📞 Fale com nossos especialistas e tome decisões estratégicas com total respaldo contábil!
About Post Author
Arthur é CEO da Nobre Contabilidade, bacharel em Ciências Contábeis e MBA em Gestão de Vendas.
Possui 15 anos de experiência no setor contábil, prestando serviços contábeis e consultoria a centenas de clientes espalhados pelas cidades de São Paulo, Osasco, Barueri e Região.
Nas horas vagas, é gamer nato de Playstation e fã assíduo dos heróis da Marvel.
POSTS RELACIONADOS
O que é fluxo de caixa e por que ele é tão importante?
A gestão eficiente do fluxo de caixa é um dos pilares da saúde financeira de qualquer negócio. Quando somada à manutenção de uma boa liquidez, ela permite que a empresa opere com segurança, planeje investimentos e enfrente períodos de instabilidade. Neste artigo, analisamos, com profundidade, como otimizar o fluxo de caixa e melhorar a liquidez empresarial por meio de estratégias práticas, análise de indicadores e decisões assertivas baseadas em dados.
Leia o post completo
Como funciona o Planejamento Tributário para Simples Nacional na Nobre Contabilidade
Olá pessoal, hoje quero falar um pouco sobre planejamento tributário, área importante dentro de um escritório de contabilidade no departamento financeiro das empresas. Infelizmente muitos contadores acabam deixando de lado essa análise enquanto lidam com as questões contábeis de seus clientes, fazendo-os pagar grandes cargas tributárias desnecessárias. Um levantamento feito pela Organização para a Cooperação […]
Leia o post completo
Como preparar sua empresa para uma auditoria contábil
A auditoria contábil é um processo essencial para garantir a conformidade e a transparência nas finanças da empresa. Neste post, você vai entender como se preparar adequadamente para esse momento, evitar dores de cabeça e fortalecer a credibilidade do seu negócio.
Leia o post completo