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Fechamento contábil e financeiro: do dia 1 ao dia 5
Publicado em: 03 de setembro de 2025
Por que fechar em até 5 dias?
- Inicialmente, ciclos curtos aumentam a previsibilidade do caixa e melhoram a cadência do comitê financeiro.
- Além disso, quanto menor o prazo, menor a chance de reclassificações tardias contaminarem a DRE.
- Por outro lado, prazos agressivos sem governança elevam retrabalho; portanto, o segredo está no desenho do processo e na disciplina do time.
- Em síntese, velocidade com controle reduz custo de capital e sustenta decisões executivas de qualidade.
Cronograma do dia 1 ao dia 5
Dia 1 — Captura de dados e triagem de exceções
- Antes de mais nada, extraia do ERP e dos bancos os movimentos do período (contas a pagar/receber, extratos, vendas, impostos, folha, estoque).
- Em seguida, congele versões de trabalho: D-1 das bases operacionais, com carimbo de data e responsável.
- Além disso, rode conciliações rápidas de alto impacto: bancos, gateways de pagamento, caixa e carteira de recebíveis.
- Paralelamente, identifique exceções acima de um limiar (por exemplo, diferenças > R$ 5.000) e abra tickets com SLA.
- Por fim, publique um “quadro de calor” de riscos do fechamento: áreas, itens pendentes e prazos.
Resultados esperados: base capturada, exceções mapeadas, pendências com dono e data de resolução. Consequentemente, o restante do ciclo flui com menos surpresas.
Dia 2 — Conciliações estruturais e provisões iniciais
- Primeiramente, conclua conciliações de bancos e cartões (diferenças, tarifas, chargebacks, D+N).
- Logo depois, reconcilie faturamento vs. entregas vs. impostos (NFe, CFOP, CST, alíquotas) para sustentar a apuração fiscal.
- Além disso, registre provisões recorrentes: férias, 13º, contingências de baixo valor, com memórias de cálculo.
- Em paralelo, trate custos de vendas: custo padrão vs. custo real, variações de preço e ajuste de inventário.
- Por fim, atualize o painel de status e escalone impedimentos que passem do SLA.
Efeito prático: reduz-se o risco de ajustes de última hora; portanto, ganha-se previsibilidade no dia 5.
Dia 3 — Ajustes contábeis, impostos e prévia da DRE
- Inicialmente, feche a apuração de tributos do período (federais, estaduais e municipais), conciliando livros e guias.
- Em seguida, registre lançamentos de competência (accruals) de serviços tomados, contratos e rateios.
- Ademais, gere a prévia da DRE e do fluxo de caixa indireto para identificar pontos fora da curva.
- Por outro lado, realize uma revisão cruzada com controladoria e fiscal para validar materialidade e material misstatements.
- Finalmente, documente premissas críticas (por exemplo, taxa de câmbio, IPCA, provisões judiciais).
Com isso, as correções relevantes aparecem a tempo, evitando reaberturas.
Dia 4 — Consolidação, análises e cartas de representação
- Primeiramente, consolide entidades e centros de custo, aplicando eliminações de intercompany e reclassificações.
- Além disso, rode análises verticais e horizontais na DRE e no balanço para justificar variações.
- Em seguida, elabore notas explicativas e prepare cartas de representação para auditoria, caso aplicável.
- Paralelamente, execute testes de integridade: totalizadores, duplicidades, lançamentos fora da competência.
- Por fim, realize uma pré-apresentação para diretoria: resultados, variações-chave e pendências residuais.
Consequentemente, o dia 5 foca em formalizar, publicar e arquivar.
Dia 5 — Fechamento formal, comunicação e arquivamento
- Primeiro, efetive o “hard close”: bloqueio de período no ERP e congelamento dos relatórios oficiais.
- Depois, publique DRE, Balanço, Fluxo de Caixa e relatórios gerenciais em repositório com controle de acesso.
- Além disso, comunique os KPIs do ciclo: prazo total, Nº de reaberturas, ajustes pós-fechamento e acurácia de conciliações.
- Em paralelo, arquive memórias de cálculo, reconciliações e evidências, com trilha de auditoria.
- Finalmente, realize a retrospectiva (retro) de 30 minutos: o que manter, o que mudar e ações para o próximo mês.
Assim, o ciclo encerra com governança e lições aprendidas.
Checklists por área
Financeiro (Tesouraria e Cobrança)
- Conciliações bancárias por conta e data-valor; entretanto, priorize contas com maior volume.
- Aging de clientes com classificação de risco; além disso, trate adiantamentos e créditos em trânsito.
- Fechamento de cartões e meios de pagamento; em seguida, reconcilie taxas e antecipações.
- Projeção de caixa T+30 baseada na carteira e no CAPEX aprovado.
Contábil
- Conciliações de contas patrimoniais; além disso, validação de razão e saldos históricos.
- Lançamentos de competência (accruals) e depreciação; posteriormente, revisão de materialidade.
- Revisão de provisões e contingências; por fim, documentação das premissas.
Fiscal
- Apuração de tributos diretos e indiretos; além disso, conciliação entre livros e contabilidade.
- Retenções (IRRF, INSS, ISS) e obrigações acessórias; em seguida, conferência de bases.
- Revisão de CFOP, CST e benefícios fiscais; portanto, corrija eventuais inconsistências.
Controladoria
- Prévia da DRE e variações; além de análises de margem e OPEX.
- Rateios e centros de custo; em seguida, validação com os gestores.
- Fechamento de orçamento vs. realizado; consequentemente, atualização do forecast.
TI/ERP e Dados
- Snapshots do período; em seguida, verificação de integridade de integrações.
- Perfis e permissões; além disso, bloqueio do período após o hard close.
- Automação de relatórios; por fim, backup e versionamento.
Jurídico/Compliance
- Provisões de contingências; além disso, atualização de cartas de advogados.
- Revisão de contratos relevantes; entretanto, foque materialidade e riscos.
KPIs e metas de qualidade
- Prazo de fechamento: até 5 dias úteis; idealmente, 3 para empresas mais maduras.
- Conciliações críticas no dia 2: ≥ 95% concluídas; consequentemente, menos ajustes no dia 5.
- Reaberturas pós-fechamento: 0; contudo, aceite exceções materialmente justificadas.
- Acurácia de provisões: variação real vs. provisão ≤ 5%.
- Diferenças bancárias: zeradas até o dia 3; se não, plano de ação com prazos.
- Percentual de relatórios com evidência anexada: 100%; assim, auditoria flui sem atrito.
Automação e IA: quick wins
- Conciliação bancária semiautomática com regras de matching; além disso, trate exceções via fila.
- Extração de dados fiscais (XML) e validação de CFOP/CST com scripts; em seguida, reporte divergências.
- Robôs para coleta de extratos de gateways e bancos; por fim, padronize layouts.
- Templates de memórias de cálculo com links dinâmicos para bases; portanto, reduza retrabalho.
- Classificação de despesas por IA com revisão humana; contudo, mantenha trilha de auditoria.
Erros comuns e como evitar
- Concentrar conciliações no fim do ciclo; em vez disso, antecipe no dia 1 e no dia 2.
- Não documentar premissas; portanto, crie sempre um log de decisões.
- Falta de congelamento de bases; consequentemente, surgem “fantasmas” após o hard close.
- Achar que velocidade basta; entretanto, sem governança o custo oculta-se em reprocessos.
Governança, RACI e comunicação
- Defina um RACI por atividade; além disso, publique o responsável e o backup.
- Estabeleça SLAs de resposta para tickets; em seguida, escale o que extrapolar.
- Mantenha rituais breves: daily de 10 minutos; por fim, retro no dia 5.
- Documente tudo em um runbook; assim, o conhecimento não se perde.
Cronograma sugerido (visão rápida)
- Dia 1: captura de dados, snapshot, conciliações rápidas e mapa de exceções.
- Dia 2: conciliações estruturais, provisões iniciais e reconciliação fiscal.
- Dia 3: accruals, impostos fechados, prévia da DRE e sanity checks.
- Dia 4: consolidação, análises de variação, notas e prévia executiva.
- Dia 5: hard close, publicação, KPIs do ciclo, arquivo e retrospectiva.
Template de relatórios do fechamento
- DRE gerencial por centro de custo, com análise vertical/horizontal.
- Balanço patrimonial com reconciliações anexas por conta.
- Fluxo de caixa indireto e projeção T+30.
- Relatório de exceções e pendências resolvidas, com responsáveis e prazos.
- Sumário executivo para diretoria, destacando riscos e próximos passos.
Próximos passos
- Adapte o cronograma ao seu ERP e à sua complexidade tributária; além disso, defina materialidade por conta.
- Em seguida, construa checklists por área e publique um painel de status.
- Por fim, planeje um piloto de automação em 1 ou 2 conciliações para medir ganho de tempo.
Se quiser, posso transformar este cronograma em um checklist editável (Docs) e um painel de acompanhamento (Spreadsheets). Para usar esses recursos, basta ativar a ferramenta correspondente e enviar até 5 arquivos do mesmo tipo; em seguida, eu devolvo um plano personalizado com KPIs e responsabilidades.
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About Post Author
Arthur é CEO da Nobre Contabilidade, bacharel em Ciências Contábeis e MBA em Gestão de Vendas.
Possui 15 anos de experiência no setor contábil, prestando serviços contábeis e consultoria a centenas de clientes espalhados pelas cidades de São Paulo, Osasco, Barueri e Região.
Nas horas vagas, é gamer nato de Playstation e fã assíduo dos heróis da Marvel.
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